Projeto História Popular

A “história do povo” — com uma longa tradição em língua inglesa e francesa mas ainda a dar os primeiros passos em Portugal — é a história dos de baixo, isto é, das pessoas comuns que fazem e refazem a história, partindo da centralidade do trabalho e dos conflitos sociais na vida pública para explicar como chegámos até aqui, e como o pensamento e a acção das pessoas, individual ou colectivamente, transforma as sociedades humanas a partir das diferentes formações sociais e para além dos Estado-nação.

Trata-se de uma conceção anti-positivista e anti-idealista da história que nega que a mesma se possa reduzir aos sujeitos representativos (direcções, instituições etc.). A história do povo procura a compreensão do papel fundamental da agência histórica (classes e movimentos sociais), para além das estruturas sociais (Estados e governos). As classes trabalhadoras fazem a história (sejam manuais ou intelectuais, do público ou do privado, da cidade e do campo etc.). 

Este Laboratório de Ensino da História Popular é construído pelos estudantes do Mestrado em Ensino de História do 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário da NOVA FCSH, na disciplina de Organização de Projectos Educativos em História, sob a direcção da Profa. Dra. Raquel Varela. Os diversos trabalhos aqui apresentados estão voltados para todo o público, em particular para os professores da área da história e das ciências sociais no ensino básico e secundário.

Esta rica produção procura contribuir para os projectos educativos desenvolvidos em história e ciências sociais e humanas nas escolas do país, reflectindo sobre a construção do pensamento histórico como formação moral e intelectual integral de estudantes, professores e comunidade em geral. Trata-se portanto de um ramo decisivo da “história pública”, desenvolvendo teorias, métodos e técnicas de história, ensino de história e historiografia que procuram repensar como se faz e como se escreve a história, numa perspectiva de totalidade.

Nascer no Portugal rural do Estado Novo. Salazar e as Políticas de Saúde Materno-Infantil. Lição para o Laboratório de História, Andreia Almeida

A Fábrica Mundet: Exemplo de autogestão no concelho do Seixal, Diana Rato

Os Heróis Invisíveis das Cheias de 1967 – Análise da catástrofe, da censura e do ativismo estudantil, Beatriz Caldinhas

Retrato da população trabalhadora dos bairros históricos de Lisboa, a partir da análise d’Os Reinegros: condições de vida e resistência, Beatriz Apolinário

Soda Póvoa, a sua história e a adesão dos seus trabalhadores às greves de 8 e 9 de Maio de 1944, Gonçalo Casimiro

A Final da Taça de 1969, Gonçalo Duarte

O Barreiro Corticeiro: retratos do quotidiano feminino. O exemplo da fábrica Theodoro Rubio através de um testemunho oral, Mariana Sequeira

O movimento iberista (1848-1936): uma breve análise sobre a desarticulação entre as elites e os movimentos populares – concisa explicação para os alunos do 12º ano do Ensino Secundário, Pedro Pimenta

O ensino profissional e técnico na Primeira República Portuguesa (1910-1926), Joana Baptista

Surrealismo português, um inimigo dos Estado Novo?, João Sousa

Marvila industrial: o caso da Sociedade Nacional de Sabões, Veronica Ramos

José Do Telhado – Bandido Social ou Resistente Popular, Iúri Pereira